sábado, 15 de novembro de 2008

Lula já assume interferência no processo das eleições 2010


Diante da arrancada precoce da corrida pelo Palácio do Planalto em 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a se articular para interferir diretamente no processo de mudança na direção do PT, que culminará em novembro de 2009, para quando estão marcadas as eleições para cargos da Executiva da legenda. No pensamento do presidente, a viabilidade de uma candidatura petista para sua sucessão passaria por uma mudança no comando do partido, hoje excessivamente voltado para questões internas e com pouco trânsito entre demais legendas e o eleitorado.Seguindo essa linha de pensamento, Lula tem defendido em conversas privadas a inserção de ex-ocupantes de postos-chave no Executivo - governadores, ministros, prefeitos - na burocracia da sigla. Busca-se para o comando do PT e, em última análise, para a condução da campanha do candidato à presidência da República ungido com o apoio de Lula, um nome que tenha bom relacionamento com legendas aliadas ao governo, capaz de fazer um PT mais flexível na construção de alianças, explica o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).Representante de uma corrente no PT identificada com a ex-ministra do Turismo Marta Suplicy, Vaccarezza vê no chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, o candidato natural à presidência do partido. Condutor da campanha de Marta à prefeitura de São Paulo, Gilberto é conhecido de cada governador, senador, deputado ou prefeito que já tenha passado pelo terceiro andar do Palácio do Planalto. Era, até pouco tempo atrás, o nome incensado por Lula para o cargo."Há o problema de abrir mão do Gilberto e tirá-lo do gabinete presidencial quase que no último ano do governo Lula", pondera o ex-governador do Acre Jorge Viana, um dos interlocutores freqüentes do presidente no debate sobre a mudança no comando do PT. O atual secretário-geral da legenda, o deputado José Eduardo Cardozo (SP), é lembrado pelo ex-governador como um nome forte para a condução do partido em um ano crucial na preparação para 2010.De acordo com Viana, o presidente Lula tem pedido maior envolvimento dos governadores no processo sucessório interno da legenda e na própria diretoria, a partir de 2009. Nomes como o do governador da Bahia, Jaques Wagner, e do próprio Jorge Viana são citados com freqüência para a composição da nova Executiva.

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