quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

A desconfortável situação dos adversários

Enquanto temos de nos preocupar com nosso calendário e tarefas políticas a cumprir em 2009, não podemos deixar de acompanhar a inserção dos adversários no páreo da disputa pela sucessão do presidente Lula, na eleição de 2010.
Em relação ao governador de São Paulo e candidato ao Palácio do Planalto, o tucano José Serra, nada de novo no front: embora ele e os de seu entorno já o considerem eleito, mantém-se nas mesmas posições nas pesquisas, porque continua sendo o mais conhecido candidato da oposição e, ainda, detém uma parcela de votos dos que aprovam o governo Lula.
Tem grande peso na intenção de voto para Serra a memória das eleições que disputou, de governador, prefeito (duas vezes), presidente da República, senador e deputado federal. Os demais candidatos, o governador de Minas, Aécio Neves, do PSDB como seu colega Serra, e os ex-presidenciáveis, deputado Ciro Gomes (CE), do PSB, e vereadora de Maceió, Heloísa Helena, do PSOL, terão que enfrentar cada um seus dilemas.
Aécio só será candidato se sair por outro partido já que, apesar de manter sua candidatura no ninho tucano e garantir que ela é inarredável, é improvável que vença Serra numa disputa interna no PSDB. Ciro tem que consolidar sua candidatura no PSB e construir alianças. Heloisa tem votos, mas não tem partido e nem idéias e propostas que evitem a erosão de sua intenção de voto atual.
A proposta do partido realizar prévias, bancada por Aécio, incomoda profundamente o tucanato, acostumado a fazer suas escolhas apenas entre os caciques partidários. Com prévias ou sem elas, se o governador de Minas não apoiar o nome oficial do partido, caso o escolhido seja Serra, este dificilmente conseguirá derrotar a candidatura que vier a ser lançada pelo presidente Lula e pelo PT.
Se a candidatura lulo-petista vier com um vice-presidente do PMDB... Serra está perdido. Sem Minas e o Rio, fraco no Nordeste, Norte e Centro-Oeste do país, Serra encontrará grandes obstáculos para vencer as eleições de 2010, ao contrário do que sustentam hoje os tucanos e círculos que lhes são próximos na mídia e mesmo em setores da opinião pública paulista.

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