sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Na defesa do Rio, Lula pede para COI "vencer o desafio" de expandir os Jogos







Um discurso apaixonado do presidente Lula foi o ponto alto da apresentação do Rio de Janeiro aos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) nesta sexta-feira. A cidade disputa a sede da Olimpíada de 2016 com Madri, Tóquio e Chicago.




"O COI já mostrou ser capaz de enfrentar e vencer desafios, mantendo acesa a chama de modernizar os Jogos. O desafio agora é expandir as Olimpíadas para novos continentes. É hora de acender a pira olímpica em um país tropical, na mais linda e maravilhosa cidade, o Rio de Janeiro", disse Lula.




O presidente usou a miscigenação e a alegria dos brasileiros para convencer os membros do COI a votarem na cidade. "Olhando os aros do símbolo olímpico vejo nele o meu país, com gente de todos os continentes. Todos orgulhosos de suas origens e orgulhosos de serem brasileiros. Um povo misturado, que gosta de ser misturado", disse Lula




A apresentação do Rio foi sóbria, feita em quatro idiomas (português, inglês, francês e espanhol) e sem apelar para clichês como mulatas e carnaval. Além disso, os comandantes da candidatura rebateram as críticas feitas no relatório da comissão de avaliação do COI para os projetos de transportes e hospedagem.




A defesa do Rio começou com a presença de João Havelange, membro mais antigo do COI. Em francês, ele lembrou sua participação nos Jogos Olímpicos de Berlim-1936 e Helsinque-1952.




"Eu vi a incrível força que o nosso movimento tem para mudar cidades, países e a vida de milhões de pessoas. Tenho sido testemunha de grandes mudanças de cada um dos aspectos da vida do Brasil. Hoje sonho em ver a história dos primeiros Jogos na América do Sul. Por uma incrível coincidência convido a todos a estarem comigo em 2016, em minha cidade, para celebrar o meu centésimo aniversário", disse Havelange.




O decano do COI foi aplaudido pelos seus companheiro. E, quando passou a palavra para Nuzman, recebeu como agradecimento uma palavra: "maravilha".




Nuzman, também em francês, falou sobre sua carreira no vôlei, primeiro como jogador e depois como dirigente (ele foi presidente da Confederação Brasileira). Depois, em inglês, mostrou um mapa mundial indicando todas as cidades que foram sede das Olimpíadas de verão e inverno. Ficou bem destacado que a América do Sul e a África nuncam receberam os Jogos.




"Queremos trazer pela primeira vez os Jogos para a América do Sul, abrir as portas de um novo continente que está pronto para levar o movimento olímpico adiante. Os Jogos têm muito mais graça quando trazem novos elementos", disse Nuzman.




Um vídeo, ao som de "Aquele abraço", mostrou pontos turísticos da cidade e antecipou o discurso do governador Sergio Cabral, que falou sobre segurança e transporte. O político afirmou que não haverá aumento ou criação de impostos para a realização dos Jogos.




Na sequência foi a vez do presidente Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, falar das condições econômicas do Brasil. Ele foi sucedido pelo prefeito Eduardo Paes e pelo secretário-geral da candidatura, Carlos Roberto Osório, que deram detalhes técnicos do projeto.




A palavra então passou para Isabel Swan, medalhista olímpica na vela nos Jogos de Pequim-2008. Ela falou sobre o envolvimento dos atletas brasileiros no projeto da candidatura carioca. "No Rio e no Brasil sabemos como o esporte pode transformar a vida, como pode dizer", disse, apresentando o Rei do Futebol, que estava no recinto. O nadador paraolímpico Daniel Dias e a atleta juvenil Barbara Leôncio também foram apresentados.




Então foi a vez de Lula discursar. Depois do presidente, Nuzman voltou ao microfone e encerrou a defesa brasileira, antes de responder perguntas sobre doping, hospedagem, legado e Copa do Mundo

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