terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Frisson na direita com vitória de Piñera

Há uma certa alegria e frisson na direita brasileira, na mídia, no DEM e em setores do PSDB com a vitória de Sebastián Piñera e da coalizão conservadora para a presidência do Chile - eles não obtiveram maioria na Câmara e no Senado. Entre os demos, a vibração vira euforia com o ex-prefeito do Rio César Maia à frente.

Essa é a parte boa do fato - eles assumem que são de direita e aplaudem a derrota de um governo comprometido com a democracia, responsável pela conquista de grandes avanços econômicos e sociais para o povo e o Chile, o da presidenta Michelle Bachelet e os outros da coalizão de esquerda, a Concertação.

Via eleições, a direita não ganhava no Chile há 51 anos. Antes da ditadura sangrenta do general Augusto Pinochet e de grande parte dos conservadores que elegeu Piñera, Jorge Alejandro fora o último presidente (1958-1964) eleito pela direita. Depois vieram Eduardo Frei ( 1965-1970, pai do candidato derrotado domingo por Piñera), e Salvador Allende, o presidente eleito em 1970 e que morreu a 11 de setembro de 1973, no golpe que instalou a ditadura militar chilena.

Assim, não há nada para comemorar. Particularmente se levarmos em conta o DNA e o passado da direita chilena, mesmo que não devamos e nem possamos pré-julgar o novo governo. A parte ruim das análises de nossa mídia - avaliações que são mais desejos e vãs ilusões do que algo que corresponda à realidade - é a comparação entre a eleição chilena e a brasileira com o lenga lenga que como Bachelet, Lula não conseguirá transferir votos para nossa candidata no pleito desse ano, Dilma Rousseff.

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