terça-feira, 25 de novembro de 2008

Teu Passado não mais te condena


Relatora do processo de cassação do prefeito eleito João da Costa (PT), a desembargadora Margarida Cantarelli mostrou equilíbrio, preparo, discernimento e, principalmente, independência no voto que apresentou, ontem, pela absolvição do petista. Tão logo foi escolhida para relatar, Cantarelli virou alvo de uma discussão grotesca, que por pouco não derivou para o campo da desconfiança ideológica.

É sabido que a desembargadora tem uma relação fiel e antiga com o grupo do senador Marco Maciel (DEM), a quem serviu, aliás, como secretária no Governo do Estado e fez dobradinha na disputa para o Senado na eleição de 1986. Mas isso faz parte de um passado, que em nenhum momento influenciaria uma decisão da sua parte capaz de levantar suspeição.

Até porque, pela sua índole, história e retidão ética, Cantarelli, de tão cuidadosa na aplicação da lei, não deixaria dúvidas quanto aos procedimentos legais num caso que caiu no seu colo por sorteio.

Por mais que a oposição alimentasse expectativa contrária, na visão da relatora e do Ministério Público Eleitoral, que queimaram as pestanas apreciando o calhamaço do processo, não havia sustentação jurídica que justificasse a cassação de João da Costa. A boa lei existe para ser exercitada na sua plenitude.

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