sábado, 6 de dezembro de 2008

O Globo na mesma linha do conservadorismo de Serra

A manchete sensacionalista sobre aumento de gastos públicos de O Globo de hoje, na mesma linha do discurso da oposição e do candidato tucano à presidência em 2010, governador José Serra, revela como a nossa imprensa está longe da realidade e o quanto preza dogmas e seus próprios interesses.

Para ela, esses sim é que contam, embora sejam os mesmos que acabaram de levar os países desenvolvidos à crise atual. Dois deles, a desregulamentação financeira e o Estado mínimo, já provaram que só valem (e só são defendidos por oposição e mídia) para as épocas de grandes lucros e ganhos.

Já na crise o que vale é o Estado salvando empresas e bancos. E, atentem leitores, não só regulamentando, mas intervindo mesmo. E não apenas nas instituições financeiras, mas no sistema econômico como um todo.

O grotesco da manchete do jornal se revela se confrontamos a tese de cortar gastos com a realidade. Grotesco não só porque a economia precisa de investimentos e gastos públicos para que não caia na recessão - e é o que estão fazendo todos os países minimamente responsáveis do mundo -, mas pelo fato de que o Brasil é o único país com superávit fiscal e déficit nominal quase zero.

Manchete é grotesca e prática mundial a desmente

Os Estados Unidos e a Europa, por exemplo, trabalham com déficits públicos de mais de 3%, sem medo de aumentar gastos ou investimentos públicos - pelo contrário, montam pacotes todos os dias para reanimar a economia.

Com um superávit de quase 4,6%, reservas de mais de US$ 200 bilhões, depósitos compulsórios ainda na casa dos R$ 200 bilhões, além dos recursos do fundo soberano - à espera de aprovação no Congresso Nacional - o Brasil não só pode como deve aumentar os gastos públicos para estimular, principalmente, o investimento e o consumo.

Por isso está certo o presidente Lula quando, estimulando todos a irem as compras, afirmou ontem que precisamos menos juros, preços menores e mais consumo.A única conta que temos que reduzir, e muito nesse momento, é o pagamento dos juros da dívida interna, US$ 150 bilhões. Mas essa é a conta dos interesses dos rentistas que vivem às custas do país e que condicionam a linha editorial das manchetes do jornal O Globo.

Ah, leitor, quando lemos a matéria da manchete sensacionalista de O Globo de hoje ficamos sabendo que o governo vetará os excessos de gastos incluídos em propostas aprovadas nos últimos dias pela Câmara dos Deputados.

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