sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Programa do governo é "eleitoreiro". De Serra, não


Vai começar de novo - já começou, aliás - não a música, mas a lenga-lenga de certa mídia: programas e obras de José Serra, governador de São Paulo e presidenciável tucano para 2010, são destaque e notícia de 1ª página - vide o noticiário recente sobre obras rodoviárias no Estado; programas e obras do presidente Lula, são eleitoreiras, quando não ilegais.


Agora é a extensão do Bolsa Família para mais 1,3 milhão de famílias (passa a beneficiar ao todo, agora, 12,3 milhões de famílias), o aumento do pagamento mensal do seu valor de R$ 120,00 para R$ 137,00, além da extensão da merenda escolar para os alunos do ensino médio que são taxadas de medidas eleitoreiras.


Gente, começam isso quando ainda estamos a 20 meses das próximas eleições - para presidente da República e vice, governadores e vices, deputados federais e estaduais, e de renovação de 2/3 do Senado - e fora do calendário legal eleitoral.


Reforço ao ensino médio


É bom que se diga que a medida provisória assinada pelo presidente Lula é ampla e faz parte de um pacote de ações para reforçar o ensino médio. Ela estende o transporte escolar aos alunos dos ensinos médio e infantil (creche e pré-escola) da zona rural e beneficiará cerca de 1,1 milhão de crianças do campo.


Além disso, o programa passará a fornecer merenda - uma antiga reivindicação dos educadores - a cerca de 7,3 milhões de estudantes do ensino médio e corrigirá uma distorção instituída no governo de Fernando Henrique Cardoso, à qual estabelecia que receberiam merenda apenas alunos do ensino infantil e fundamental.


A partir de agora, os alunos do ensino médio estarão contemplados, mas para que a merenda pudesse ser distribuída ainda neste ano, o governo Lula precisou reeditar essa Medida Provisória (MP), aprovada pela Câmara em 2008 e ainda não apreciada pelo Senado.


Governo não pode ter programa que contemple eleitor?


Um dos jornais, a Folha de S.Paulo, chega a noticiar essa extensão da merenda escolar para os alunos do ensino médio, publicando na 1ª página a notícia com um acréscimo - "alguns dos quais (alunos), com 16 anos, já podem votar".

Como o país se democratizou (depois de 21 anos de ditadura militar) e tem eleições a cada 2 anos, quer dizer que o governo não pode adotar nunca nenhum programa que beneficie quem tem mais de 16 anos, porque será "medida eleitoreira"? O jornal não admite que seja implantado nenhum programa que contemple eleitor? É isso?


Nossa mídia realmente não tem limites. Faz o que quer e quando quer. Como qualquer partido político, apóia e faz oposição a quem quer. Mas ao contrário das legendas partidárias, só não assume. Uma vergonha! E ainda subestimam a inteligência dos leitores, imaginam que eles não percebem!

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