segunda-feira, 22 de março de 2010

Esforço de ajuste do IBOPE

O diretor-presidente do IBOPE, Carlos Augusto Montenegro nega ter falado o que efetivamente falou: "Não acredito que disse aquilo", assinala agora referindo-se às suas previsões sobre o desempenho da candidata Dilma Rousseff nas pesquisas.

Falou sim. Várias vezes e em sucessivas entrevistas. No dia 28 de abril pp afirmou na coluna Coisas da Política do JB: “Tudo indica que Dilma chegará ao final da campanha com cerca de 15% a 17% dos votos. O favorito continua sendo o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). E, se ninguém mais se projetar, é grande o risco de a eleição ser decidida no primeiro turno. O Ciro Gomes (PSB), por exemplo, sai com 14%, mas pode acabar com 6%, 5%, 4%.”

No dia seguinte ao blog do Ricardo Kotscho: “Dilma deve, num primeiro momento, manter os mesmos índices anteriores. A transferência de votos do presidente Lula para ela chegará mais adiante a um patamar de 15%. A partir daí, será difícil conquistar cada ponto a mais.” Em julho, quando pesquisa do DataFolha detectou uma queda de 8% na vantagem de Serra sobre Dilma, insistiu: “Continuo com a mesma opinião. Defendo tudo aquilo que disse antes”.



"Não acredito que disse aquilo"



Agora, pela mais recente sondagem divulgada, a da CNI/IBOPE da semana passada - feita exatamente pelo Instituto de Montenegro - o candidato Serra (PSDB-DEM-PPS) tem 35%, só cinco pontos à frente da adversária Dilma (PT), que conta com 30%. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) soma 11%, e a senadora Marina Silva (PV-AC), 6%.

“Eu não acredito que disse aquilo. Deve haver algum engano. Numa eleição polarizada, com praticamente dois candidatos apenas, como é que eu poderia achar que a Dilma pararia em 20%? Até o Alckmin teve 40% contra o Lula...”, esquivou-se Montenegro na última 6ª feira em declarações ao IG. O portal registra que insistiu em maior análise, mas ele liquidou o assunto.



Para mim Montenegro, a essa altura, faria melhor se desse mais explicações sobre suas previsões tão furadas feitas há tão pouco tempo e se confessasse ser um dos muitos surpresos com o avanço do desempenho de Dilma nas pesquisas eleitorais.

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